As origens de São Valentim
- Magen Avraham
- 7 de abr. de 2021
- 6 min de leitura

Esta festa é de fato, alem de ser objeto de um capitalismo comercial, é algo aguardado por mulheres de quase todo o mundo ; quer cristão ou ateus.
Contudo as origens desta festa não possuem nenhuma conexão entre esses dois mundos.
Existe um paradoxo enorme, entre um mundo ateísta que defende a rejeição de toda forma de deidade e que depois celebra calorosamente festas que são conectadas diretamente como teísmo – enquanto do outro lado um mundo “cristão” que defende uma suposta fé conectada com a Palavra de Deus, que celebra variadas festas que contrarias a Palavra de Deus.
No que toca as origens de São Valentim, a igreja Católica ainda não se decidi-o bem sobre quais origens atribuir esta festa, o debate comum resta entre três “santos”.
Um Valentim do seculo 3, que apos o emperador Cláudios II proíbe o casamento de jovens homens para intuitivo de encher seus exércitos, este Valentim decide o confrontar e se torna um mártir – uma coisa é certa independente da historia triste e mesmo boa intenção de este Valentim, contudo não existe nenhuma razão baseada nesta personagem que justifica-se tal observação ou memoria.
Outros, atribuem este dia a Valentim de Terni, um bispo também feito mártir por Cláudios II, que contudo a razão deste “mártir” é inconclusiva, variando de folclore em folclore.
A terceira e mais imoral (em parte), de um certo Valentim que ajudava cristãos que estavam presos em Roma a fugir. Bem esta parte é ate de boa intenção, contudo o restante é que se torna mais pecaminoso, este Valentim acaba sendo preso, e durante seu cativeiro acaba se apaixonando por uma jovem moça, que na realidade é sua própria filha (relação amorosa interdita segundo levíticos 18), que na sua troca de cartas com sua filha declarava “ Do teu Valentim”.
Esta versão e a expressão na carta, acabaram por se tornar a versão mais famosa durante a idade media, especialmente nos países como Inglaterra e França.
Embora esta razão seja dada pela igreja católica para justificar tal festa, ao qual esta personagem seja possível ter existido por volta 270 D.C., para memorizar a morte e enterro de uma destas três personagens.
Existe bem a probabilidade que essa não seja a razão.
Já por si só, estas três versões em que a ultima envolve claramente uma relação amorosa proibida, não possuem nada em suas versões algum interesse que justifica-se tal importância.
Uma questão é necessária, com “homens de fé” que a igreja católica venera, com histórias muito mais cristas que esta, porque a tamanha importância e prioridade é dada a esta?
No meu ultimo estudo “Pessa’h vs. Pascoa católica”, já demonstrei o costume do princípio da igreja católica de sincronizar festas pagãs em a “cristianizando” para facilitar a transição religiosa.
Agora existe de fato uma festa paga do império romano, que seja realizada nesse mesmo dia?
É bem, existe sim, claramente uma festa romana chamada de Lupercalia.
Lupercalia era um festival de fertilidade realizada ao deus da agricultura romana Faunus, bem como aos fundadores Roma “Rómulo e Remos” – peço que imaginem quanta importância teria para o império romano tal festa que alem de celebrar a fertilidade (amor, tema de São Valentim); como de igual modo os próprios fundadores do império romano, cuja capital habita o vaticano.
Durante esta festa os Luperci, uma ordem de padres romanos, realizariam na caverna cuja lenda diz ser o local de nascimento de Rómulo e Remos, cuja lenda diz que eles foram amamentados uma lobo fêmea ou lupa.
Durante esta festividade, eles pegariam uma ovelha, que usariam suas peles, e molhariam suas peles no sangue do sacrifício de um cão.
Durante a festividade, as mulheres da cidade se deixariam ser “violentadas” com estas peles ensanguinhadas, na esperança de serem férteis ate ao ano seguinte – outra parte da festividade, era que as mulheres solteiras, eram sorteadas colocando seus nomes numa urna, para o objetivo de serem sorteadas a um possível noivo que levaria a união de casamento.
Embora certos aspetos da festa romana de Lupercalia, não sejam realizados hoje, o desejo sexual e possibilidade de união, são os grandes objetivos tanto no festival de fertilidade de Lupercalia como na moderna festa de São Valentim.
Agora existe a acusação, que fato a festa de Lupercalia é dia 15 e não 14, embora exista variações nesta discussão devido as variadas mudanças de calendário (de greco-romano ao Juliano e do Juliano ao Gregoriano) – contudo existe um aparente padrão da igreja católica determinar celebrações um dia antes de celebrações pagãs. Além de este possível caso, possuímos também o “Dia de todos os santos” que acontece no dia anterior à festividade pagã de Halloween ou “dias dos mortos”, que realizarei um estudo exclusivamente sobre esta “festividade”.
Outra festividade pagã, mas desta vez nos gregos, é a festividade de “Agathodaemon”, esta entidade trata-se de o que costuma ser chamado nas escrituras de espirito impuro ou espirito familiar – trata-se segundo os gregos de um “nobre espirito”, uma forma de divindade menor ao qual era feitos pedidos intercessores aos deuses.
Algo semelhante com os “genii” romanos, uma forma de génio ou “jin” no caso das religiões politeístas do medio oriente antigo.
Resumindo, esta festividade é realizada no segundo dia apos a lua cheia em fevereiro – que dependente dos anos, calha ou no dia 14 ou ao seu redor.
Agora isto podia ser apenas um caso de aproximação inútil, mas a historia desta festa é bastante semelhante a proposição romântica de “São Valentim”.
Segundo Uma histórica de folclore grego, existi-o uma discussão entre a Personificação da “Guerra” e a personificação da Paz chamada de “Eirene”, em resultado desta disputa a Eirene cai num buraco – em que Hermes vem eu seu socorro e diz “Agora, oh gregos! é o momento em que, livres de disputas e lutas, devemos resgatar a doce Eirene e tirá-la deste buraco...”.
Apos recontar esta história, gregos elariam copos de vinho e pediam a esta entidade por sorte, amor e prosperidade – este espirito era casado com Tyche Agathe (o espirito a sorte do destino) que era em suas esculturas mostrado como um jovem homem segurando uma serpente ou uma cornucópia.
Esta entidade sofreu algumas mudanças com o tempo, acabando mais tarde se transformar no espirito da “Fortuna/Sorte” – devido as interações comercias entre diferentes nações e suas mitologias, variados sincronismo entre esta entidade e Serapis,Osiris e Aion eram comuns.
Contudo o aspeto de romance e desejo por prosperidade/fertilidade, eram comuns.
Agora podíamos ate dizer, que isto são nada mais que especulações, contudo qual é a imagem mais associada com São Valentim – de fato não é esta personagem incerta da Roma clássica ou medieval – mas exatamente a divindade do desejo, erotismo e atracão.
É muito comum vermos a usagem da imagem que chamamos de “Cupido”, em forma de um jovem rapaz com asas e arco-flecha – contudo que muitos não sabem é que esta imagem é a descrição autêntica de uma divindade greco-romana.
Cupido era a divindade romana do desejo, erotismo, atracão e afeição – filho da deusa do amor “Vénus” e o deus da guerra “Marte” – o fato de esta divindade possuir arco e flecha, cujas flechas possuíam a capacidade de dar um desejo de amor incondicional (poderes semelhantes ao deus hindu Kamadeva, do amor humano), ele acabou por se tornar a imagem característica do dia de São Valentim mesmo durante os períodos “cristãos” da idade media e renascentismo.
As variações gráficas de cupidos em tempos antigos, vai desde a original do cupido com arco e flecha, um cupido e abelhas, cupido e golfinhos na religião Dionisiana (cujo hábitos envolvia intoxicação ou outras formas de trance para retirar as inibições) ou mesmo como o demónio da formicação no tempo de Charlesmagne por Teodulfo de Orleãs.
Eros era versão grega da divindade romana Cupido, dedicada ao amor e sexo, embora esta divindade possui-se uma festividade dedicada a ele mesmo – contudo não ela não era realizada em 14 de fevereiro, era uma festividade realizada todos os 5 anos na cidade de Thepia, chamada de Erotidia para a celebração de ginástica e o “amor” entre homens e jovens rapazes (celebração de homossexualidade e pedofilia).
Resumindo a imagem do cupido na maioria das festividades tradicionais de são Valentim, são nada mais de um sincronismo de uma divindade greco-romana, dedicada ao “amor” e sem limites a género ou idade.
A festividade de São Valentim, possui nenhuma ou pouca historia relacionada com nome da suposta personagem ao qual pouco ou nada sabemos de sua existência, mas profundamente ligado a celebração de falsas divindades da fertilidade e do amor carnal.
Ambos pontos que por si só, são reprimidos constantemente nas escrituras e que podem ser resumidas ao critério da fornicação – ao qual esta celebração se resume nos nossos dias.
A mundialização ou comercialização deste festival, não anula as suas origens e o resultado esta numa celebração vazia de moralidade e mesmo valor – qual quer pessoa pode analisar com seus próprios olhos o quanto fútil esta celebração é.
Senso-comum pode ser o suficiente para perder o interesse por tal festival, quando mais deve ser que tais costumes que eram dedicados a falsas divindades – que o Deus Único proíbe que realizemos tais formas abomináveis de culto ou pratica.
Deuteronómio 20:18 Para que não vos ensinem a fazer conforme a todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, e pequeis contra o Yahweh vosso Deus.
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